domingo, 29 de maio de 2011

9ª Semana - 23 a 27 de Maio

J Um bem-haja a todos/as J
Para dar início da melhor forma à semana de trabalho, realizaram-se vistorias a três estabelecimentos de bebidas. Fazendo uma comparação dos três estabelecimentos pode-se dizer que as diferenças são bastantes acentuadas.
Na primeira vistoria verificou-se que existiam muitos incumprimentos. As instalações sanitárias devem estar providas de dispositivos de secagem de mãos ou de papel individuais, contudo verificou-se a existência de toalha. A zona de arrumos encontrou-se muito desorganizada, não possuía ventilação, e tinha utensílios que não eram necessários para a actividade que se desenvolve naquele local. A toalha foi verificada novamente, a tapar os croissants e a proteger as chávenas do café. Na zona da copa o material utilizado não é o mais adequado, pois é de madeira. O material teria de ser lavável, liso e resistente à corrosão. Importava também a existência de informação nos alimentos que eram para consumo próprio, pois o frigorifico possuía embalagens abertas sem qualquer tipo de indicação. O estabelecimento deveria estar provido de cacifos para os trabalhadores poderem colocar os seus pertences sempre que necessitem. Também é necessária a existência de um armário que possua um bom sistema de ventilação e deve estar hermeticamente fechado para o armazenamento dos produtos de limpeza.
Na segunda vistoria verificou-se que já existia cumprimento de mais requisitos que na anterior. Contudo ainda é necessário o adoptar algumas melhorias no estabelecimento, mais concretamente, no armário de armazenagem dos produtos de limpeza este deveria estar identificado, no frigorífico existiam produtos congelados que não possuíam rótulo, o local tinha caixas de cartão, era importante a alteração por outro tipo de material. Poderia apenas existir uma melhor organização dos equipamentos de limpeza que são utilizados com mais frequência, embora no geral este local apresentava boas condições de higiene.
Em relação à terceira vistoria foi com grande surpresa que pude constatar a verdadeira confusão que reinava neste estabelecimento. É um local com pequenas dimensões e o espaço para se circular é bastante reduzido. A zona que é utilizada com copa carece de algumas melhorias, nomeadamente, como não é possível existir ventilação natural, o estabelecimento têm que possuir ventilação artificial forçada, com renovação contínua de ar, as prateleiras existentes devem estar impermeáveis e serem facilmente laváveis, sendo que as prateleiras necessitam de serem novamente forradas com o papel adequado para este fim. Os alimentos encontrados no interior do frigorífico, como por exemplo, latas abertas ou outros recipientes de deterioração fácil, devem ser retirados, uma vez que não é permitida a sua conservação, devido a este tipo de recipientes oxidarem facilmente. O frigorífico precisa de uma organização pois existe muitos alimentos que não deviam estar a ser conservados naquele local. No estabelecimento deveria existir recipientes para recolha de resíduos, munidos de tampa e em número suficiente de acordo com a lotação e frequência de clientes no local. A existência de panos deve ser alterada para toalhetes de papel descartáveis. As lâmpadas deveriam estar providas de protecção. Também existe a necessidade de cacifos para o trabalhador do local, uma vez que os seus pertences estavam distribuídos na zona do balcão, computador, mala, telemóvel, etc. Na zona de arrumos, verificou-se também uma grande desarrumação, uma vez que existiam materiais que não eram necessários para aquele estabelecimento.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 26% das causas de contaminação dos alimentos, estão relacionadas com os manipuladores, sendo identificada uma relação directa entre as inadequadas praticas de higiene pessoal e a ocorrência de doenças de origem alimentar.
Todas as vistorias que já se realizaram até ao momento foram muito importantes, pois só no terreno é que conseguimos ter uma visão de como actuar e interagir com as pessoas/clientes. Assim, esta preparação é bastante útil para o desenvolvimento da nossa profissão no futuro. Importa assim, realizar de forma periódica este tipo de vistorias de vigilância, para que os proprietários estejam informados sobre as novas exigências que vão sendo alteradas com a entrada em vigor de nova legislação.
Durante esta semana realizamos a visita às futuras instalações de um local que pretende efectuar a venda de produtos tradicionais, como doces regionais, cebolas, alhos, alfaces, alguns tipos de fruta, etc., e uma vez que desenvolve agricultura biológica pretendia poder vender parte das suas plantações. No entanto, foi possível verificar que as instalações ainda carecem de algumas mudanças. Transmitimos à responsável deste local qual os circuitos que devem existir, na parte da cozinha. Terá de existir uma zona limpa e uma zona suja, sem que exista cruzamentos entre estas duas zonas, depois é necessário que exista uma zona de preparação, uma de confecção, uma de embalamento e uma zona de armazenagem. Informamos também qual o equipamento que deve ser utilizado, bem como nas instalações sanitárias quais os requisitos que são mencionados na legislação. Contudo, o espaço interior e exterior ainda necessita de muitas alterações, sendo que ficou acordado o envio de um documento com toda a informação relativa ao espaço visitado. Esta responsável ainda vai ponderar se será uma mais-valia a realização de todas estas transformações, pois a nível financeiro irá ser dispendioso.
Foi altura de realizar vistorias a um Jardim de Infância e a uma Escola Básica Integrada. A ferramenta de trabalho utilizada foi a Ficha de Avaliação das Condições de Segurança, Higiene e Saúde dos Estabelecimentos de Educação e Ensino, que pretende avaliar as condições de segurança, higiene e saúde que devem obedecer os estabelecimentos de educação e ensino, a partir de um conjunto de critérios que estão devidamente ponderados neste formulário que foi preenchido para estas duas vistorias realizadas. Para consultar esta ficha podem fazê-lo através do seguinte link: http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008418.pdf.
O jardim-de-infância no espaço interior, possuía algumas madeiras das portas deterioradas, o estrado que suporta o leite escolar deveria ser substituído, a zona de arrumos deveria possuir mais ventilação, uma vez que com o acondicionamento de produtos de limpeza é feito neste local. Algumas mesas não possuem cantos arredondas, deveriam colocar alguns cantos em plásticos para prevenir a ocorrência de as crianças baterem no bico da mesa. Em relação ao espaço exterior, verificou-se que a madeira que alguns bancos necessita de substituição. O espaço de jogo e recreio é de facto o que necessita de uma intervenção urgente, uma vez que o material utilizado e o tipo de equipamento já não é o aconselhável para que as crianças possam brincar se sofrerem ferimentos, queimaduras ou acidentes. O piso também requer de intervenção.
A Escola Básica Integrada possuía uma grande área exterior, contudo o espaço de jogo e recreio necessita de alterações, uma vez que o material utilizado não é o aconselhável. A ventilação nas salas de aula tem de ser efectuada com mais regularidade. No geral, não existe nada de mais pertinente a mencionar sobre as condições desta escola.
Apenas gostaria de relatar um episódio que ocorreu numa destas vistorias. Quando nos dirigimos à escola para realizar a vistoria, as pessoas ficaram um pouco reticentes pela nossa presença e, tivemos de falar telefonicamente com o responsável daquele agrupamento. Estas pessoas referiam que nunca tinha sido feita uma vistoria destas e não conseguiam compreender para o que poderia favorecer/contribuir à escola. Com este tipo de situações, depreende-se um pouco o desconhecido das pessoas face a nossa intervenção, e o “medo” que sentem quando chegamos ao local. Pretendemos apenas melhorar as condições do espaço tanto a nível dos alunos, dos professores e dos auxiliares, garantindo assim a prevenção de possíveis acidentes que podiam ocorrer caso este tipo de vistorias não fosse efectuada.
«É imperativo que a sociedade garanta a segurança das crianças como um direito humano fundamental»
European Child Safety Alliance, 2004
No decorrer desta semana efectuou-se uma vistoria a uma indústria de engarrafamento de água, de forma a efectuar uma avaliação sobre as condições higio-sanitárias de instalação e de funcionamento deste local. Esta indústria possui condições bastantes boas, primam pela qualidade ao longo de todo o processo. Os trabalhadores possuem formações com frequência e uma das funcionárias tem uma participação muito activa, de modo a evitar algum tipo de constrangimento em cada zona do processo.
Pela primeira vez tive a oportunidade de realizar uma vistoria a uma Clínica Médico-Veterinária. De acordo com o Decreto-Lei n.º 184/2009 de 11 de Agosto, “quando os animais não são convenientemente cuidados e tratados podem constituir riscos reconhecidos para a saúde humana, para a saúde animal e para o ambiente. Neste contexto, e a fim de garantir os direitos ao bem-estar animal e à protecção contra zoonoses, os animais devem ser submetidos a adequadas medidas profilácticas e terapêuticas, devendo ser sujeitos a um acompanhamento médico-veterinário periódico em condições que garantam um nível qualitativo de atendimento aferido por padrões de equidade e consistência, técnica e científica.”
Os centros de atendimento médico-veterinários, designados pela sigla CAMV, regulam actividades como unidades de saúde animal onde se prestam serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças dos animais. Pretendem assim promover a qualidade e segurança dos estabelecimentos, como também estabelecer os requisitos exigíveis quanto às instalações e equipamentos e as regras relativas ao seu funcionamento. Neste sentido é de extrema importância a nossa intervenção em acções de vigilância, para que os responsáveis destes CAMV fiquem informados sobre o que podem fazer para melhorar tanto as condições das instalações, como também para garantir que os animais se sintam seguros e protegidos quando se deslocam a este local. De referenciar que os CAMV podem ser classificados como consultórios, clínicas ou hospitais veterinários.
No geral este local possuía boas condições higio-sanitárias e de funcionamento. Contudo era importante melhorar um pouco a organização na instalação sanitária do trabalhador, uma vez que existia equipamento de limpeza fora do armário que o armazena e, alguns baldes, vassouras e uma gaveta estavam depositados dentro do polibã. Neste sentido estes utensílios necessitam de ser acondicionados noutro lugar.
Legislação utilizada para esta vistoria:
·         Decreto-Lei n.º 184/2009 de 11 de Agosto que estabelece o regime jurídico aplicável ao exercício da actividade dos centros de atendimento médico-veterinários (CAMV) e os respectivos requisitos quanto a instalações, organização e funcionamento.
“O bem-estar define o estado de um animal em relação às suas tentativas de se relacionar com o meio ambiente” (Fraser & Boom, 1990)

Mais concretamente no meio da semana foi altura de realizar a primeira sessão no Centro de Saúde de Moura sobre “Como prevenir os acidentes domésticos?” como podemos adequar as nossas casas às várias etapas da nossa vida. A sessão foi conduzida por nós as três, Eu a Cátia e a Joana. Ao todo compareceram 10 pessoas que eram muito dinâmicas e apresentavam as suas dúvidas, bem como o que já lhes tinha acontecido nas suas habitações. A apresentação foi feita através de power-point.
Este tema verificou-se que seria bastante pertinente e útil para ser abordado à população, uma vez que a população é cada vez mais idosa e pretendemos que esta faixa etária fique consciente dos vários perigos que diariamente está exposto, e como pode evitar possíveis acidentes/quedas no interior da sua habitação. Neste sentido detalhamos recomendações que podem ser adoptadas em cada divisão da casa.


Interessa assim referir que em Portugal, os acidentes domésticos e de lazer são monitorizados pelo Observatório Nacional de Saúde, que coordena um sistema de recolha de dados, designado ADELIAAcidentes Domésticos e de Lazer Informação Adequada. Consiste num sistema de monitorização, vigilância e registo dos acidentes domésticos e de lazer nos serviços de urgência dos hospitais e dos centros de saúde. Têm como objectivo detectar o máximo de situações de risco, como também relevar os casos sob o ponto de vista qualitativo e, avaliar, de um modo continuado, o impacto das medidas preventivas. Para mais informações pode consultar o link: http://www.onsa.pt/index_17.html onde ficará a conhecer um pouco mais sobre este tipo de sistema.
Assim da análise dos dados do último relatório publicado, relativo ao ano 2005, verificou-se que 15% dos acidentes ocorreram em pessoas com mais de 65 anos, os quais foram três vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens. No grupo etário de 65 anos e mais, a grande maioria dos acidentes ocorre em casa (> 65%) e numa percentagem significativamente inferior, na área dos transportes (< 13%). No momento do acidente, a principal actividade que estava a ser desenvolvida pelas vítimas era uma actividade doméstica, ultrapassada apenas pela «actividade vital básica», isto é, cozinhar ou comer, no grupo de 75 anos e mais. As consequências mais frequentes das lesões foram as concussões, as contusões e os hematomas, isto é, traumatismos, choque violento, ferimento. As partes do corpo lesionadas foram, mais de 50% das vezes, os membros, seguidas da cabeça (25%).
Os idosos são considerados um grupo de risco, neste caso os acidentes em casa acabam por acontecer mais vezes e afectar a sua qualidade de vida. Assim é muito importante adaptar a casa às necessidades de cada indivíduo. Evidenciamos imagens com recomendações úteis de serem efectuadas e que não necessitam de muito dinheiro para realizar estas alterações que podem ser pequenas, mas no futuro serão realmente uma mais-valia.
O envelhecimento é um processo complexo em que ocorrem alterações nos diferentes órgãos e sistemas do organismo, diminuindo a eficácia, capacidade de adaptação e a funcionalidade. Contudo, as quedas não fazem parte do processo de envelhecimento, nem podem ser atribuídas ao facto de se ter idade avançada. As quedas são, assim, uma ameaça real à capacidade de viver de modo autónomo e constituem um problema sério de Saúde Pública. Assim, justifica-se uma constante intervenção nesta área através dos Profissionais de Saúde, sobretudo porque a realidade portuguesa mostra que os últimos anos de vida são, muitas vezes, acompanhados de situações de fragilidade e de incapacidade frequentemente relacionadas com situações susceptíveis de prevenção. (In Cuidados Continuados de Palmela)
No final da apresentação, foi altura de transmitir o visionamento de um filme sobre este tema. Evidencio o mesmo de seguida, caso pretendam ver. Este filme foi retirado da página www.youtube.com , que tem como título Prevenção de Quedas (Idosos).

Esta semana realizou-se a presença numa reunião nas instalações da Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura (ADCMoura) sobre o Programa “Escolhas” onde é efectuada parceria com várias entidades, como por exemplo, o Centro de Saúde, a Câmara Municipal, o Agrupamento de Escolas, as professoras inseridas neste projecto, etc. Este programa é de âmbito nacional, tutelado pela Presidência do Conselho de Ministros, e fundido no Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, IP.
O Programa “Escolhas” visa promover a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos sócio-económicos mais vulneráveis, particularmente dos descendentes de imigrantes e minorias étnicas, tendo em vista a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social. O Projecto "Encontros"  procura a inclusão social de comunidades ciganas rurais do Concelho de Moura, através da inclusão das crianças. Para isso, é importante aumentar a motivação das crianças e jovens na escola, através do desenvolvimento de competências na área de educação para a cidadania, recorrendo a metodologias de educação não formal e informal; realçar a mais-valia da dimensão intercultural da sociedade criando espaços de partilha de experiências entre jovens de diferentes proveniências culturais e desenvolver as competências das famílias e da comunidade pela aproximação família-escola-comunidade, pela agilização de uma rede de intervenção sócio-educativa e pela sua inclusão digital.  
Nesta reunião foram abordados vários assuntos e foi feita uma análise das várias actividades que têm sido desenvolvidas por esta associação.
Este tipo de programas é muitíssimo importante, pois com a ajuda de todas as parcerias é possível melhorar a vida destas pessoas. Gostei bastante de estar presente e poder ficar informada sobre este tipo de projecto que até à altura desconhecia. Para poderem verificar mais informações podem consultar os sites http://www.programaescolhas.pt e http://encontros.programaescolhas.pt/ e certamente vão ficar bastante satisfeitos com este tipo de actividades que têm vindo a ser desenvolvidas com a população.
A semana terminou com a reunião dos Técnicos de Saúde Ambiental em Beja, onde foram debatidos alguns assuntos deveras pertinentes. O que se pretende com estas reuniões é que exista uma uniformização da informação, para que as indicações passadas para a população assentem sempre na mesma linha de orientação.
Posso dizer que todos os dias tenho tido a possibilidade de consolidar conhecimentos, mas são muitos mais os que tenho adquirido. Tem sido realmente um estágio orientado de forma bastante produtiva.
Obrigada pela atenção!
Até para a semana :)