quinta-feira, 26 de maio de 2011

8ª Semana - 16 a 20 de Maio

Bem-vindos caros leitores J

Esta semana foi preenchida com bastantes actividades, sendo por isso o trabalho efectuado bastante gratificante. Assistimos a uma palestra sobre alimentação saudável orientada por uma Enfermeira e pela Nutricionista do Centro de Saúde de Moura. Nesta acção foram feitas recomendações de como ter uma alimentação equilibrada, mais concretamente, ingerir poucas gorduras, evitar os fritos, tentar comer peixe e carnes brancas porque tem menos quantidade de gordura que as carnes vermelhas, evitar o açúcar e o sal em quantidades elevadas podendo optar pelas ervas aromáticas, sendo que a água é essencial como também as hortaliças, frutas e legumes. Para concluir esta sessão foi apresentado um exemplo de uma ementa saudável.

Também existiu a possibilidade de comparecer e participar numa aula prática, onde foi realizado exercício físico para a redução de peso, dirigida pela Fisioterapeuta e com a ajuda da Nutricionista. Na minha opinião, acho bastante pertinente o desenvolvimento destas acções para a população participar, pois assim tem a possibilidade de adquirir novos conhecimentos na área da obesidade. O número de pessoas afectadas pelo aumento de peso é cada vez mais elevado e importa consciencializar a população para esta temática.
Relativamente ao tema calor foram elaborados ofícios com informação útil e necessária para enviar a instituições/serviços, nomeadamente, a lares e centros de dia, creches e infantários como também a locais onde os trabalhadores estejam expostos ao calor no seu dia-a-dia.
Segundo as indicações previstas pela Direcção Geral da Saúde, para cada ofício foram evidenciadas medidas de prevenção, medidas de alerta e acções a desenvolver quando se verifique que alguma pessoa está com sintomas que advêm das temperaturas mais elevadas. Como é sabido a exposição ao calor intenso constitui uma agressão para o organismo, podendo desencadear efeitos graves como desidratação, agravamento de doenças crónicas, esgotamento, golpe de calor ou mesmo a morte. Existem grupos de risco, os quais quando expostos a episódios de calor intenso, apresentam maior probabilidade de desenvolver esses sintomas. Um desses grupos é constituído pelos idosos, sobretudo aqueles que apresentam idades iguais ou superiores a 75 anos, aos quais é necessário dar um maior apoio e atenção.
Outros dos grupos são os bebés e as crianças, uma vez que o calor coloca-os ao risco de desidratação rápida, pois estes são mais sensíveis (a termo regulação é menos eficaz e a quantidade relativa de água que possuem no seu peso corporal é mais importante do que nos adultos). Por outro lado, importa também evidenciar que as crianças quando precisam de satisfazer as suas necessidades hídricas, normalmente necessitam de ajuda, sendo por isso essencial sempre o acompanhamento de um responsável.
No que se refere aos trabalhadores que se encontram expostos a condições ambientais adversas também são considerados um grupo de risco, pois no Verão em muitas actividades laborais, quer pela sua natureza quer pela inadequabilidade dos espaços onde estas são desenvolvidas, é necessário que os trabalhadores possuam informação face às consequências que a exposição às radiações ultravioletas (UV) pode trazer.
Assim, no sentido de mitigar os efeitos nefastos provocados por temperaturas ambientais elevadas, é importante que se adoptem medidas para assegurar que tanto os idosos, as crianças ou os trabalhadores tenham condições necessárias para viver, ficando sempre protegidos contra as condições atmosféricas.
Ainda respeitante a esta temática constatou-se o interesse na elaboração de um placar para colocar no Centro de Saúde de Moura para poder informar os utentes, os profissionais de saúde e os demais visitantes deste local. Este placar intitula-se “Quando o calor chega” possui informação sobre quais as pessoas que nesta altura do ano estão mais susceptíveis ao calor, bem como as doenças que podem surgir quando existem situações extremas de exposição ao calor intenso e, ainda é possível verificar algumas recomendações importantes de se adoptarem quando chegam as temperaturas altas. Ficam algumas imagens deste belo placar.
Em relação à vistoria efectuada à Unidade Privada de Saúde (Policlínica) relatada na semana anterior, foi altura de efectuar o relatório da vistoria. A nível das condições higio-sanitárias e de funcionamento o estabelecimento cumpre os requisitos previstos na legislação em vigor para o tipo de actividade em questão. Irei apenas salientar o número de instalações sanitárias, uma vez que ainda não se sabe que tipo de especialidades que o estabelecimento vai possuir, é importante ter em atenção esta questão, pois poderá ser necessário a existência de mais.
Para dar seguimento às visitas efectuadas às habitações de algumas pessoas, de forma a melhorar as condições na sua habitação, realizaram-se quatro visitas. Eu verifiquei as condições de duas casas, ficando as duas restantes a cargo da minha colega de estágio Cátia.
Este tipo de intervenção que estamos a desenvolver em parceria com o Centro Social é deveras importante e gratificante enquanto Técnica de Saúde Ambiental, pois o nosso objectivo assenta em melhorar a qualidade de vida da população. No entanto, neste caso em concreto é necessário agir de forma coerente, pois é sempre delicado alterar comportamentos/mudar mentalidades que já estão enraizadas há muito tempo. Importa informar estas pessoas para os riscos que as suas habitações possuem, apresentando soluções eficazes para combater este tipo de situação.
Em relação, às duas habitações que tive a oportunidade de visitar, verificou-se algumas diferenças entre ambas. A primeira casa apresentava boas condições higio-sanitárias, contudo a única situação mais crítica são as inúmeras escadas que esta casa possui. A residente é uma pessoa idosa, que vive sozinha e passa a maior parte do tempo no Centro Social, ou seja vai a casa basicamente para passar a noite e pouco mais. Após a conversa com a assistente social que me acompanhou, constatei que esta senhora tem a ajuda de pessoas para lhe efectuarem a limpeza e arrumação da casa.
A segunda casa era habitada por um casal. A casa possui grandes dimensões, sendo que possuem alguns animais, como por exemplo, galinhas, pombos, um cão. A higienização dos locais onde estão estes animais instalados deveria ser melhorada, devido ao cheiro por vezes, intenso dos animais. Ao nível das condições de higiene, verifiquei que necessitavam de ajuda neste sentido, mas a assistente social indicou-me que já tinham tentado ajudá-los, mas o senhor refere que não precisam, pois ele consegue fazer a higiene dos dois. De facto é bastante complexo mudar a forma de pensar deste senhor, é um trabalho árduo que terá de ser feito periodicamente, mas certamente que a equipa do Centro Social vai conseguir alcançar este objectivo. Ao nível das instalações da habitação apurei que era fundamental uma reorganização do espaço, pois existiam muitos objectos dispersos pela casa. Em relação, à limpeza também era importante o auxílio de um familiar/amigo ou outro tipo de pessoa para ajudar estas duas pessoas. Neste local também existe um aspecto menos bom que é a existência das escadas. Contudo, o filho deste casal já colocou um suporte por forma, a diminuir um pouco os acidentes ao nível das escadas. Penso que a questão das escadas ficaria resolvida com a colocação de fita antiderrapante, embora a melhor opção era não existirem, mas obviamente que não pode acontecer.
Estas visitas para mim foram extremamente marcantes, pois entrar nas casas das pessoas, poder ter acesso a estilos de vida e a realidades diferentes é uma mais-valia. Com este tipo de visitas verifico que por vezes dou valor a coisas tão insignificantes, que não interessa a pena me aborrecer. É mesmo enriquecedor e tenho aprendido muito com este tipo de acções. São momentos marcantes que vão acompanhar-me ao longo da minha vida.
Durante esta semana, efectuou-se uma vistoria a um Estabelecimento de Indústria e Comercio de Produtos Alimentares para verificação das condições higio-sanitárias e de funcionamento. Em relação aos requisitos previstos para o tipo de actividade em questão, verificou-se que era necessário dar cumprimentos aos seguintes pontos:
è Em relação à zona de armazenagem é necessário que exista uma adequada organização do espaço, de modo a evitar as caixas de cartão que estavam presentes no local, uma vez que este tipo de material atrai o aparecimento de pragas;
è As instalações sanitárias não devem comunicar directamente para os locais de trabalho, desta forma era importante a colocação de uma molas de retorno nas portas de modo a estas ficarem fechadas;
è Ao longo de todo o estabelecimento verificou-se a existência de panos da loiça, quer para tapar o sol numa janela, quer para limpeza dos utensílios utilizados na zona de fabrico, como na sua de embalamento. Estes panos são bastante difíceis de higienizar, embora a responsável afirma-se que efectua a troca com muita regularidade, o facto é que alguns microrganismos ficam fixados nas toalhas sendo quase impossível a sua remoção total.
Documentação legal utilizada para esta vistoria em questão:
·         Portaria n.º53/71 de 3 de Fevereiro que integra o Regulamento Geral de Segurança e Higiene do Trabalho nos Estabelecimentos Industriais tendo por objectivo a prevenção técnica dos riscos profissionais e a higiene nos estabelecimentos industriais;
·         Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto, que aprova o Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos Comerciais, de Escritório e Serviços.
Para os consumidores é de extrema importância que os alimentos que ingerem sejam seguros e adequados para o consumo humano. As doenças alimentares constituem uma das principais preocupações ao nível da Saúde Pública, principalmente nos grupos mais vulneráveis como crianças e idosos. Os microrganismos na sua maioria levam ao aparecimento de toxinfecções alimentares quando ingeridos em grande número ou quando as suas toxinas estão presentes nos alimentos. Assim sendo, uma boa higiene e um comportamento adequado evitam a contaminação dos alimentos a nível biológico (microrganismos), químico (detergentes) e físico (cabelos).                      (http://www.saudepublica.web.pt/)
Posto isto, é fundamental existir uma vigilância eficaz sobre este tipo de estabelecimentos, de modo a evitar possíveis consequências nefastas para a saúde humana causadas pela ineficaz higiene dos alimentos.
Neste sentido, é indispensável a realização destas vistorias para garantir que a higiene alimentar está a ser efectuada de forma adequada, sempre tendo em conta os requisitos específicos de boas práticas de higiene e segurança nos estabelecimentos em questão.
Para concluir esta semana de estágio realizou-se a elaboração dos diplomas para as sessões que se irão desenvolver, tanto para os participantes como para os formadores que vão orientar as acções.
Pretendo apenas deixar uma informação deveras importante, sendo ela a seguinte. Já dispomos de uma acção de sensibilização agendada para o dia 25 de Maio, pelas 14h30m, no Centro de Saúde de Moura, intitulada “Como prevenir os Acidentes Domésticos?” onde pretendemos sensibilizar o público-alvo para a prevenção de quedas e outros acidentes que ocorrem na sua habitação. Desta forma, iremos transmitir algumas recomendações fundamentais, exemplificando sempre imagens para ser mais fácil a compreensão destas pessoas. Por conseguinte, iram estar evidenciadas imagens sobre esta sessão, mais concretamente, o Cartaz de Divulgação, a Ficha de Inscrição e o Convite distribuído por algumas pessoas com a ajuda das Enfermeiras do domicílio, como também da Nutricionista e da Fisioterapeuta. Desta já o nosso muito obrigado pela ajuda destas profissionais que nos ajudaram a fazer a divulgação da acção.

E assim, termino mais uma semana de estágio, sempre repleta de muitas actividades e com a vontade sempre de poder desenvolver mais e melhor.
Como Técnicos de Saúde Ambiental é primordial melhorar a vida das populações, contudo ao longo do percurso profissional vão existir muitas barreiras que se têm de ultrapassar, mas a vida é feita de obstáculos e cabe a cada um definir qual é o seu melhor caminho para que sejam ultrapassados.
                                                                                   
“A Saúde Ambiental compreende os aspectos da saúde humana (incluindo a qualidade de vida) que são determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos do ambiente. Também inclui a avaliação, a correcção, a redução e a prevenção dos factores no ambiente que, potencialmente, podem afectar de forma adversa a saúde das gerações presentes e futuras. “
Plano Nacional de Saúde 2004/2010

Obrigada a todos pela atenção :)

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